Antes de mais, quero pedir desculpa a todos os visitantes do meu blog por ter estado ausente. Quem é prof, já sabe que há certas alturas do ano em que o trabalho aperta mais, impossibilitando até, a realização actividades pessoais. Pois é, o mar esteve bravo por estes lados e a alga teve que nadar, nadar… ou melhor, deixar que as correntes oceânicas a transportassem até águas mais calmas!
Não sei se já referi, mas sou prof. de matemática do 2ºciclo e, cada vez que aplico testes desta disciplina aos meus alunos até tremo…medo, medo, medo…
Embora me esforce por dar o meu melhor na sala de aula e tente incutir nos alunos o gosto pela disciplina, sinto sempre que estou feita num Phacus purym louco às marradas a uma Cyclotella que resolveu atravessar-se no seu caminho e não o deixa seguir a maré. Ou seja, falo sozinha. São grandes os monólogos ensurdecedores que mantenho com as paredes da sala. Embora hajam crianças na sala de aula, elas têm muito mais que fazer e em que pensar do que estar agora a prestar atenção aquilo que digo. E ainda por cima sobre matemática, a tão falada disciplina que até os pais incentivam logo desde muito cedo para o insucesso com frases do género “não vais conseguir passar filhote, olha que é muito difícil”.
Em certas aulas dessa tão afamada disciplina acabo por ter a sensação de que alguns alunos entram no programa automático e clicam no botão mute, limitando-se a observarem-me a andar de um lodo ao outro da sala e a abrir e fechar a boca, tipo peixe num aquário! E, o meu discurso, ao entrar nos ouvidinhos deles, segue pelos tímpanos até ao ouvido interno até que vai ficando cada vez mais distorcido transformando-se num bláblábláblá… até que, se ouve a frase chave: “podem arrumar e sair”. Depois nos testes, é que são elas! Os bláblábláblá não têm a capacidade de reconversão em palavras audíveis e perceptíveis de forma a concretizarem discursos coerentes. No meio de tanta confusão de sons, os garotos acabam por estabelecer ligações aleatórias de termos, desconhecendo por completo os seus conceitos. No fim de tanta mistura, como se de um batido de frutas se tratasse, obtêm-se magníficas descobertas ou junções, como foi o caso do cilindro triangular ou dos sólidos planos.
O que me deixa a seguinte pergunta: tenho alunos muito criativos, não tenho? Disso não me posso queixar!
1 comentário:
Juro que todos os exercícios de desenvolvimento da criatividade não incluíam a criação de novos termos matemáticos, heheheheh.
A Prof. de EVT
PS: Não permites os comentários de anónimos?????
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