quinta-feira, novembro 16, 2006

As músicas da minha infância

Não sei se algum dia pararam para pensar e reflectir sobre as letras das músicas da vossa infância. Desde que sou mãe, que dou por mim a reflectir sobre isso, cada vez que a minha alguinha ouve música. Vejam só:

“Atirei o pau ao gato,
Mas o gato não morreu,
D. Xica assustou-se,
Com o berro que o gato deu”

Dá para pensar, não dá? A letra é do mais sádico que se possa imaginar. Primeiro atirou-se um pau ao gato, e ainda por cima a criança ficou triste e chateada porque o gato não morreu. Ou seja, com uma letra desta deveria ter-se como objectivo a exterminação dos felinos domésticos!
Outra letra giríssima é a do Sebastião. Lembram-se? Ora aqui vai:

“Sebastião come tudo, tudo, tudo
Sebastião come tudo com a colher,
Sebastião come tudo, tudo, tudo,
Chega a casa e dá porrada na mulher”

Esta é linda não é? Será que a finalidade seria criar homens sem boas maneiras e brutos como uma porta? Vai daí…(o pior é que alguns seguiram a música à risca!)
Outra é esta(e acho que é a pior que me lembro):

“Ó mulher eu compro-te umas botas
Isso não maridinho, isso não maridinho, que me faz as pernas tortas
Compra-me um litro de vinho, água fria faz-me mal, isso sim maridinho…”

Magnifica não é? Nem sei que comentário fazer!!
Enfim, vamos ver se as músicas infantis melhoram com esta nova geração…A ver vamos!

5 comentários:

Alda Serras disse...

Sempre gostei destas canções infantis e nunca tinha levado a sério a letra. Realmente, que belos valores transmitem!!

Anónimo disse...

se quiserem recordar mais pérolas da nossa época visitem http://www.misteriojuvenil.com/piratas_momentomagico.htm

vale a pena!

WildChild disse...

eu prefiro este versão, e é isso que ensina a minha pequena:)
http://www.youtube.com/watch?v=V_ggAemI3pA

Pauliteiros de Miranda disse...

Estamo-nos a esquecer desta:

O mar enrola na areia
(...)
O mar também é casado
O mar também tem mulher
É casado com a areia
Bate nela quando quer

Tess disse...

Uma reflexão que infelizmente poucas pessoas fazem. Letras verdadeiramente lamentáveis e do meu tempo de criança. O resultado está a vista, no inconsciente colectivo português, em que os animais ainda não são respeitados e ainda morrem muitas mulheres vítimas de violência doméstica. Que não se cantem mais os paus aos gatos nem "Sebastiões" que dão porrada na mulher!