terça-feira, outubro 31, 2006

Recomendo...
"O blog do bidé" - um blog bastante engraçado, que tem a capacidade de nos pôr bem dispostos ao fim de um dia de trabalho.

Efeitos do aquecimento global



Recentemente recebi por e-mail uma imagem da NASA, baseada em previsões do efeito do aquecimento global a nível planetário. Na imagem que recebi apenas vem a previsão para Portugal e, o que se pode ver é assustador. É caso para parar um pouco para pensar até onde o uso e abuso dos recursos naturais pode levar a humanidade.

Internet segura


Ora ai está um óptimo site para pais e professores, no qual são dadas dicas sobre como deixar os nossos filhotes/alunos navegar na net com segurança. Neste site podem ser encontrar jogos, pequenos filmes em flash que podem ser descarregados no computador de casa, e até o vocabulário usado na Internet pelos jovens. É um bom site para ser consultado em conjunto por jovens e pais e, nas escolas que possuem sala de tic ou bibliotecas apetrechadas com computadores e ligações à Internet pode ser um bom recurso para uma aula de formação cívica diferente.

Desabafos marinhos...

Antes de mais, quero pedir desculpa a todos os visitantes do meu blog por ter estado ausente. Quem é prof, já sabe que há certas alturas do ano em que o trabalho aperta mais, impossibilitando até, a realização actividades pessoais. Pois é, o mar esteve bravo por estes lados e a alga teve que nadar, nadar… ou melhor, deixar que as correntes oceânicas a transportassem até águas mais calmas!

Não sei se já referi, mas sou prof. de matemática do 2ºciclo e, cada vez que aplico testes desta disciplina aos meus alunos até tremo…medo, medo, medo…

Embora me esforce por dar o meu melhor na sala de aula e tente incutir nos alunos o gosto pela disciplina, sinto sempre que estou feita num Phacus purym louco às marradas a uma Cyclotella que resolveu atravessar-se no seu caminho e não o deixa seguir a maré. Ou seja, falo sozinha. São grandes os monólogos ensurdecedores que mantenho com as paredes da sala. Embora hajam crianças na sala de aula, elas têm muito mais que fazer e em que pensar do que estar agora a prestar atenção aquilo que digo. E ainda por cima sobre matemática, a tão falada disciplina que até os pais incentivam logo desde muito cedo para o insucesso com frases do género “não vais conseguir passar filhote, olha que é muito difícil”.

Em certas aulas dessa tão afamada disciplina acabo por ter a sensação de que alguns alunos entram no programa automático e clicam no botão mute, limitando-se a observarem-me a andar de um lodo ao outro da sala e a abrir e fechar a boca, tipo peixe num aquário! E, o meu discurso, ao entrar nos ouvidinhos deles, segue pelos tímpanos até ao ouvido interno até que vai ficando cada vez mais distorcido transformando-se num bláblábláblá… até que, se ouve a frase chave: “podem arrumar e sair”. Depois nos testes, é que são elas! Os bláblábláblá não têm a capacidade de reconversão em palavras audíveis e perceptíveis de forma a concretizarem discursos coerentes. No meio de tanta confusão de sons, os garotos acabam por estabelecer ligações aleatórias de termos, desconhecendo por completo os seus conceitos. No fim de tanta mistura, como se de um batido de frutas se tratasse, obtêm-se magníficas descobertas ou junções, como foi o caso do cilindro triangular ou dos sólidos planos.

O que me deixa a seguinte pergunta: tenho alunos muito criativos, não tenho? Disso não me posso queixar!

terça-feira, outubro 24, 2006

Ten Reasons to Respond to a Crying Child


Jan Hunt (psicóloga e directora do "The Natural Child Project")
tradução brasileira

1. Esperamos que nossos filhos sejam capazes de fazer coisas para as quais ainda não estão prontos.
Pedimos para um bebê ficar quieto. Pedimos para uma criança de 2 anos permanecer sentada. Pedimos para uma criança de 4 anos limpar seu quarto. Estamos plantando decepções para nós mesmos e para a criança,que será repetidamente incapaz de nos satisfazer. Ainda assim, muitos pais pedem para os filhos pequenos fazerem coisas difíceis até para crianças maiores. Em resumo, pedimos que as crianças parem de agir de acordo com sua idade.
2. Ficamos irritados quando a criança não faz o que precisamos.
Uma criança só faz aquilo que é capaz de fazer. Se uma criança não é capaz de fazer algo que lhe pedimos, é injusto e irreal esperar ou exigir mais, e a raiva só piora a situação. Uma criança de 2 anos só pode agir como uma criança de 2 anos; uma de 5 não é capaz de agir como se tivesse 10, uma de 10 não pode agir como um adulto. Esperar mais é irreal e fútil. A capacidade da criança tem limites, e não aceitá-los resultará em frustrações para ambas as partes.
3. Desconfiamos dos motivos da criança.
Se uma criança não é capaz de fazer o que precisamos, concluímos que ela está nos desafiando em fez de avaliar a situação do ponto de vistada criança, para descobrir qual é o problema verdadeiro. Uma criança"teimosa" pode na realidade estar doente, cansada, com fome ou com dor, reagindo a uma ferida física ou emocional, ou lutando contra algum problema ignorado, como uma alergia alimentar. Ainda assim, nós descartamos essas possibilidades em favor de pensar o pior sobre a personalidade da criança.
4. Não permitimos que as crianças sejam crianças.
Parece que esquecemos como era ser criança e esperamos que nossos idade. Uma criança saudável é rebelde, barulhenta, dispersiva e expressa suas emoções. Todos esses "problemas" não são problema algum, mas qualidades normais de uma criança normal. Na verdade o quê é anormal é a nossa sociedade, com suas expectativas de comportamento perfeito.
5. Invertemos a situação.
Esperamos ou exigimos da criança aquilo que precisamos - silêncio, um sono sem interrupções, atender nossos desejos e daí por diante. Em vez de aceitar nosso papel de pais e atender às necessidades da criança, esperamos que a criança atenda às nossas. Às vezes ficamos tão concentrados em nossas frustrações e necessidades insatisfeitas que esquecemos que se trata de uma criança, com necessidades próprias.
6. Culpamos e criticamos a criança por errar.
Mas as crianças têm muito pouca experiência de vida e é inevitável que errem. Erros fazem parte do aprendizado normal, em qualquer idade. Em vez de compreendermos e ajudarmos a criança, nós a culpamos, como se ela fosse capaz de aprender tudo perfeitamente na primeira tentativa. Errar é humano; errar na infância é humano e inevitável. Ainda assim, nós ficamos surpresos e decepcionados a cada erro, infração ou comportamento inadequado. Não faz sentido agir como se pudéssemos esperar um comportamento perfeito da criança o tempo todo.
7. Esquecemos que a culpa e a crítica podem ferir profundamente a criança.
Muitos pais tomaram consciência de que o castigo físico é errado enocivo, mas muitos de nós esquecemos o quanto dóem as palavras de raiva, os xingamentos e a culpa, para uma criança que só pode chegar à conclusão de que errou.
8. Esquecemos como as atitudes amorosas são regeneradoras.
Caímos em círculos viciosos de raiva e culpa, em vez de parar e transmitir amor, confiança, auto-estima e segurança com abraços e palavras carinhosas.
9. Esquecemos que o nosso próprio comportamento é a lição mais importante para a criança.
O que a criança leva em conta de fato é "faça o que eu faço e não oque eu digo". Um pai ou uma mãe que bate no filho porque ele bateu em alguém, dizendo que bater é errado, na verdade está ensinando que bater é certo, pelo menos para quem tem autoridade. É dando aos problemas soluções pacíficas que os pais estarão ensinando seu filho a ser uma pessoa pacífica. Aquilo que costumamos chamar de problema é a melhor oportunidade para ensinarmos valores, pois as crianças aprendem melhor vivenciando as situações reais.
10. Vemos apenas o comportamento exterior e não as boas intenções da criança.
Quando o comportamento da criança nos desaponta, deveríamos, acima dequalquer coisa, "pensar o melhor". Deveríamos pensar que a criança está com boas intenções e que está simplesmente fazendo o melhor que pode perante as circunstâncias ( algumas evidentes e outras que desconhecemos), considerando o seu nível de experiência de vida. Se nós sempre pensarmos o melhor sobre nossos filhos, eles serão livres para dar o melhor de si. Se dermos só amor, amor é tudo o que vamos receber."

Os cordeirinhos...

Centro de Ciência Viva do Algarve



Já estão agendadas as sessões do Espaço Aberto para o ano 2007 - observação do céu nocturno/Astronomia.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Hoje ia-me dando uma coisinha má…

Desde a passada quinta-feira que o meu carro resolveu medir forças comigo. Ele era a direcção a fazer força para um lado e eu a tentar virá-la para o outro. Até que hoje, graças também ao bendito S. Vencimento, acabei por levá-lo ao especialista. Resultado, foram só quatro pneus novos (pois um deles já não era um pneu, era uma coisa qualquer oval!), umas válvulas (não sei bem para o quê) e um alinhamento de direcção. Quando me apresentaram a conta até me doeram os ossos todos do corpo…e acho que ainda me doem…Livra!

domingo, outubro 22, 2006


UNDERGROUND, era uma vez um país
um filme de Emir Kusturica

“Nasci num pais onde a esperança, o riso e a alegria de viver são mais fortes do que noutro lugar qualquer. O mal também. Somos ao mesmo tempo o criminoso e a vitima.
Quando um grupo de pessoas sai da sua cave depois de décadas e testemunha a guerra em curso, volta de novo para as suas vidas subterrâneas, persuadidas de que a guerra nunca chegou a acabar. Mentiram-lhes, mas agora descobrem a horrível, humilhante e sangrenta verdade, mas pelo menos é a verdade.
Em "Underground", o mundo debaixo do chão é retratado com o colorido da realidade diária. O mundo debaixo do chão é visto com as desbotadas cores teatrais das vidas manipuladas.
Os dois mundos finalmente comunicam, trocam valores: decadência e sofrimento.
Riem de si próprios, riem de nós e, finalmente quando ficam juntos, riem um do outro.”

Emir Kusturica

Finalmente encontrei ontem na Fnac o filme que marcou uma época da minha vida e que há tanto tempo procurava. Underground, um filme que retrata um país de gente sofredora que luta por uma identidade condenada à partida pela corrupção e traição. O filme é todo ele movimento, que nos envolve por completo num misto de emoções e que transporta o pensamento para aquilo em que o Homem se pode transformar movido pela ganância.

Convido-vos a conhecer esta bela obra, vencedora de Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1995.

sexta-feira, outubro 20, 2006



O Futuro...
Notícia do Público on-line:

Sindicatos dos professores acusam tutela de "intolerável chantagem"
20.10.2006 - 18h55 Lusa

Os sindicatos de professores recusaram hoje abdicar dos seus direitos reivindicativos e classificaram de "intolerável chantagem" as propostas do Ministério da Educação, no âmbito da revisão do Estatuto da Carreira Docente, cuja aplicação a tutela condicionou ao final dos protestos."A abertura do ministério surge em troca do silenciamento dos sindicato s. É óbvio que o Ministério da Educação pretende usar estas medidas, aparentemente benéficas, como forma de chantagem sobre os professores", afirmou Paulo Sucena, porta-voz da plataforma. Ontem, o secretário de Estado Adjunto e da Educação propôs a extinção dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) e a alteração dos critérios de avaliação de desempenho, mas condicionou a aplicação destas medidas ao fim dos protestos por parte dos professores. "Se as organizações sindicais persistirem em manter um clima de conflituosidade e continuarem a programar acções de luta como as das últimas semanas não haverá possibilidade de desenvolver esse trabalho", afirmou Jorge Pedreira. Em conferência de imprensa realizada hoje, as 14 organizações sindicais que integram a plataforma consideraram que a posição da tutela é "o maior atentado produzido por membros do Governo contra os sindicatos"."Não podíamos deixar passar aquilo que consideramos ser uma posição política de um o governante, que é atentatória das regras da democracia. O Governo quer que os sindicatos deixem de reivindicar e obedeçam à voz do patronato", acusou Paulo Sucena, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).

Cada vez mais percebo menos a real intenção do ME. Primeiro pensam na criação de mais QZP’s para promover a mobilidade de professores numa zona geográfica e na extinção gradual dos quadros. Agora querem acabar com os QZP’s tendo ainda neste ano aberto inúmeras vagas em alguns grupos disciplinares. É digna de ser feita a seguinte questão: o que é que se segue? Pela lógica o passo seguinte será acabar com a educação. Mas atenção, agora também é preciso ter muito cuidado nos comentários porque o “bicho papão da educação” pode-nos ouvir! E depois seremos penalizados.
Ai, ai a minha vida…
Realmente! E ainda dizem que vivemos num país democrático livre de opinião! Só se for para quem o governa, que tão depressa diz uma coisa como a seguir vem a publico dizer outra. E desculpam-se com um “hoje tive um mau dia, não estava nos meus dias!”. “Taditos” de nós no meio de tanto desgoverno...

quinta-feira, outubro 19, 2006


Um grande bem haja para o autor deste cartoon.
Mais um dia passou e...chego à brilhante conclusão... O ensino está cada vez pior! Ou melhor, a educação! Ou talvez a falta dela...Estava eu hoje numa aula de ciências (numa turma que só por sinal é a mais badalada da escola e, também só por sinal, é a minha direcção de turma) a passar um “ralhete” mais uma vez à turma, pelo seu comportamento exemplar, quando um menino, daqueles muito bem comportados, que nada fazem (relacionado com a escola), me faz o seguinte reparo: “ó prossora…a prossora parece daqueles que têm falhas nos dentes e que falam à sopinha de massa, quando se zanga connosco… é verdade prossora, é verdade!”. Imaginem só a minha reacção… Imagem linda a que este miúdo tem de mim...Nem sei bem no que pensei...Fiquei tão atordoada com o comentário do raio do miúdo que tive uma branca de ideias...O que é que eu faço? Como reajo? Está bonito, está… Mas realmente estamos muito bem encaminhados na educação. Chegámos ao ponto em que a falta de respeito passa a ser normal para os miúdos! Não há o reconhecimento da autoridade do adulto que está numa sala de aula, disponível3horas por semana para o ensinar a ser alguém. Até onde vai o à vontade de um aluno para fazer uma observação destas a um professor em plena aula? Como é lógico, face ao referido comentário, o aluno sofreu mais uma repreensão oral da minha parte e, uma vez que decidiu prolongar a graça por mais uns minutos não se satisfazendo com a primeira observação, acabou por a prolongar, contra sua vontade, mais um bocadito na “rua” com uma actividade complementar e uma falta para comemorar a grande proeza do dia. Enfim, vamos ver como corre o dia de amanhã …Só espero que não volte a tentar o mesmo!